Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mudam-se os anos... mas tudo o resto permanece igual.
Ora, vejamos:
1º Faixa de Gaza...
Assuntos que envolvam Israel e a Palestina são assuntos que não têm fim. E não têm fim por diversas razões (que me perdoe o Jack's por discordar que não acabam porque "há más..."). A primeira trata, imediatamente, o respeito (ou a falta dele). A segunda foca, inevitavelmente, o civismo (ou a falta dele). A terceira, e última, mostra-se como a razão de todas as outras: a religião (ou o excesso dela).
Vou guardar outro post para falar mais sobre este assunto, ou ainda me perco...
2º D. José Policarpo "e a sua grande boca"...
Há alturas em que as pessoas deviam permanecer no seu melhor silêncio. Não falo do bêbado da rua, sempre a insultar o governo e as dondocas e os professores e os alunos e os cães e os gatos e as paredes e os postes... enfim... ele diz o que quer e ninguém o condena, porque é "poucochinho"... mesmo que, muitas vezes, diga a verdade. No entanto, ele não aparece na televisão e as suas declarações não correm o mundo em menos de 24h... mais uma vez, falamos de religião (ou excesso dela) e de intolerância, talvez.
Se, em casos conhecidos, sabemos que a mulher muçulmana tem fronteiras complicadas, que dizer da católica?! Uma religião que trata a mulher como detentora do pecado e subjugada ao homem deve alertar os seus representantes sobre o que são telhados de vidro...
D. José Policarpo disse o que pensou, fora de cinismos (segundo consta), mas, convenhamos, foi uma bela oportunidade para estar calado. Com certeza, muitos muçulmanos já pensaram o mesmo, mas os seus representantes não vieram para a televisão fazer esse tipo de declarações.
Independentemente da razão, ou da falta dela, as declarações feitas atentam contra a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Qualquer cidadão é livre de optar pela religião que quer professar, ou não quer professar. A mulher, supostamente, não é um ser menor e é dotada de inteligência, em maior ou menor grau, que a faça tomar opções ao longo da vida.
3º Martin Luther King...
Se não tivesse morrido, completaria, hoje, 80 anos. Ficaria em pé de igualdade com o Mickey e com o Tintin. Ainda atrás de Manoel de Oliveira :)
É estranho falar disto logo a seguir às declarações de D. José Policarpo. Talvez, na altura, dissessem que, em vez de ter problemas por casar com um muçulmano, teria problemas se não casasse com um branco...
Na verdade, ainda bem que já não anda por cá... parece que o sonho nunca mais se concretiza, seja por credos, crenças, raça, religião, sexo...